Depressão pós-colegial

Quando eu estava no meu 3º e último ano do colégio, já sabia que ia sentir muita falta dos meus amigos e de toda a palhaçada que rolava naquele lugar. O que eu não sabia e que jamais poderia imaginar naquela época, é que aquelas lembranças (as boas e as ruins) ficariam em minha memória pra sempre. Tudo tão vivo, tão real, como se fosse ontem. Por enquanto, os rostos ainda não mudaram, sempre que eu vou visitar um ou outro colega aloprado que eu conhecia e adorava ainda vejo a mesma carinha, os mesmos piercings, as mesmas manias. Mas isso é por enquanto. Como será quando estivermos mais velhos, com rugas, chatos e ranzinzas? Haverá reencontros de turma?

Bom, o fato é que essas lembranças ainda assombram nossa mente. Eu digo assombram porque elas me deixam com uma espécie de depressão, por lembrar como aquele tempo era bom, como era tranquilo e divertido. Era aconchegante e imprevisível. As más lembranças daquele tempo já passaram batido por mim, não há más lembranças, agora são só lembranças... e que me deixam com muita saudade. Que vontade de voltar!
A nostalgia das tardes de domingo as vezes é tamanha que me dá vontade de pegar o carro, enxer o tanque e visitar todos os meus ex-colegas. Porque não o faço?
Ah, tem muitos que não compartilham dessa mesmo sentimento que eu, muitos que não querem ver as fuças de outro, muitos que fizeram questão de se isolar e apagar esses momentos de sua memória. Mas o que está dentro dos meus limites eu tento, tanto que muitos eu faço questão de visitar ou marcar alguma coisa, dar uma volta, papear, lagartear.

Hoje de manhã, lendo o blog de uma ex-colega minha com quem eu ainda mantenho contato, me dei conta de que não sou apenas eu que me sinto mal por não "viver" mais naquele coleginho. Ainda bem, pois daquele tempo não há o que reclamar, ser adulto é que é uma merda. São responsabilidades demais, fobias demais, compromissos demais, contas demais e amigos de menos.
Daria um dedinho para voltar no tempo e reencontrar o meu quarteto, a minha sala, a minha cruz virada e todos os outros colegas. TODOS! Podiam não ser os melhores, mas ainda assim, eram os melhores.
No final de tudo isso, a depressão fica e os amigos se vão. O que me resta é contar minhas memórias aos amigos, relembrar, e um dia quem sabe, contar aos meus netinhos.
Na vida nada é pra sempre, o que sobra é o pó.

Dedico esse post em especial a minha amiga Dayane Festa e ao 4teto. Aos demais companheiros, um grande abraço e o meu "muito obrigado". Vocês estarão em minha lembrança para sempre. Ou até que me vá.