quinta-feira, 16 de julho de 2009

Das mulheres que eu conheci - Parte 2

Camila era uma garota difícil de se encontrar por aí. Raramente via ela caminhando pela rua, e quando acontecia, ficava maravilhado.
Ela era daquelas que te despertam a atenção como o salgadinho Ruffles na fila do caixa rápido. Meros 18 aninhos. Tinha os olhos azuis mais lindos eu já tinha visto. Como diria Tim Maia "azul da cor do mar". Pele clara e um longo cabelo negro, sedoso e esvoaçante ao vento. Definitivamente uma bela morena. Para contrastar com a boca pequena e avermelhada, ela tinha um quadril de dar inveja. E que quadril! Dentro dele se encontravam confortavelmente alojadas duas fartas e rechonchudas nádegas sustentadas por duas fortes e sinuosas pernas. A garota de Ipanema pareceria fichinha, peixe-pequeno perto de Camila.
Ao passar por mim, sempre com uma bolsa de faculdade a tira colo, fazia questão de me olhar pelo lado, disfarçando e mostrando desdém.
Parecia ser uma menina inteligente, e definitivamente era. Em raras ocasiões, eu a via usando um óculos de grau, com armação fina, não me lembro da cor exatamente, mas aquilo lhe conferia um ar de sapiência digno de uma Athenas.
Por vezes a vi no ônibus, quando por algum motivo precisava sair mais cedo do serviço. Mas ela era uma daquelas mulheres ao acaso, se eu tivesse a intenção de pegar o mesmo ônibus que ela costumava pegar, eu não há encontraria. Ela é quem deveria me encontrar, me despertando curiosidade e desejo.
Decidi saber um pouco mais sobre ela. Descobri que eramos vizinho de bairro. Na verdade, ela morava numa rua ao lado da minha. O pai dela tinha um carro lindo, um dos meus sonhos de consumo. Rodas de liga leve e pintura espelhada.
Certa vez, combinei com um amigo meu de ir numa festa de colégio. Peguei meu carro, busquei ele e fomos. Chegando lá, a surpresa foi grande, Camila estava escorada num canto com alguns amigos conversando e bebendo alguma coisa. Logo percebi que a moça estava acompanhada e que o tal acompanhante era um conhecido meu, um cara feio, chato e sem futuro. Sim, a Camila estava com ele. Invejinha...
Ok, ele não era tão feio, chato e sem futuro assim, mas não era o tipo de homem que eu pensei que ela fosse gostar. Mas de que importa a minha opinião, ela gostou e pronto. Doce decepção.
Eu fiz a minha festa, engoli a presença dela a seco e fiz questão de sair cedo. Aquela festa não era para mim.

Depois daquele dia, Camila se tornou uma pessoa qualquer. O interesse passou, o desejo também.
Conhecer melhor ela só me fez comprovar uma coisa que eu já havia percebido... mulheres dos sonhos são melhores em nossa fértil imaginação!

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