Anos sem você

Existe uma cadeira vazia no meio do meu coração. Vivo apenas os dias. Dias de olhos arregalados. Dias de me afogar em mim. Dias sujos. Dias estuprados. Dias vazios, que simplesmente são. Dias sem você, sua merda. Dias sem você. Sem você. Assim não dá. Quero esquecer tudo. Tudo o que já se passou. Quero parar de sentir. Quero parar de sentir a tua presença. As tuas palavras martelam minha cabeça. Elas se enrolam no meu pescoço e apertam meu coração idiota. Eu quero te espremer, te expulsar de mim, te arrancar o coração e tirar o veneno de dentro dele que só me alimenta. Você assombra meu quarto, minha casa, meu copo, meu corpo. Esfria cada abraço quando invade a minha cabeça. Quantas coisa eu queria compartilhar com você. Tanta coisa que você nunca vai ver. Sonhos, tardes em claro, taças de vinho, chuvas, filmes e risos. Poderia conversar contigo para sempre em sonho. Gostaria de dormir para sempre e sonhar com o que não aconteceu. Tanta coisa, tanto, demais. Tarde demais. Uma vida inteira passa pelos meus olhos. Nunca mais vou ter paz até adoecer de novo. E eu não caio mais; virei uma pedra e me misturei com a terra. Sua filha da puta, acho que você tentou me matar. Mas eu sobrevivo. Nasço de novo em algum outro coração. Pequeno, cresço bem rápido, tenho um dia inteiro para ser o mais lindo e depois caio, ploft, de volta à terra. Depois eu nasço de novo. E de novo. E de novo, até cansar. Daí eu caso e engordo.

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Esse texto eu retirei do site malvadas.org. Não sei ao certo quem escreveu, mas achei que reflete alguns de meus atuais pensamentos. Modifiquei algumas coisas, como o narrador, que era feminino e o título que era "Dias sem você", no meu caso já fazem... bom, deixa pra lá.
O texto é um tanto afeminado, mas se eu fosse viado vocês saberiam!